
Ontem foi aniversário do meu irmão mais novo, trinta anos! Logo pensei “vou fazer um post para ele”! Só que não é fácil colocar em palavras os sentimentos que moram dentro do nosso coração, pois por mais que as palavras expressem a nossa intenção, às vezes nenhuma palavra expressa claramente o que sentimos.
Então tive a idéia de lembrar como a sua chegada mudou a minha vida para sempre e algumas aventuras que vivemos.
Em 1980 no século passado (risos) eu morava em Campo Grande Mato Grosso do Sul, vivia em uma casa com meu pai e minha mãe, tive muitos animais e bichos de estimação incluindo cachorro, periquitos, pica-pau, esquilos e uma joaninha (que foi embora enquanto eu estava na escola). Nesse ano eu tinha cinco anos. Lembro da escola onde estudava, da festa junina, do local, dos amigos, da convivência com meu padrinho, tia e prima. Lembro de uma vez ajudar minha mãe fazer um docinho chamado olho de sogra, de pintar um desenho de uma festa junina, de uma festa que fui e uma criança cortou o braço em uma porta de vidro e eu tomei água com açúcar à primeira vez. Lembro como eu gostava de pentear o cabelo da minha mãe e um dia enrolei a escova de um jeito que ela teve que cortar o cabelo! Eu era feliz! Mas não imaginava que podia ser muito mais!
Bom, um dia quando eu havia acabado de voltar do colégio, minha mãe me colocou em cima de algum móvel, não lembro bem se foi o sofá ou a cama, mas a intenção era me colocar na direção do seu olhar. Então ela me disse que eu ia ter um irmãozinho!!! Nossa fiquei tão feliz!!! Depois disso não me lembro de muita coisa da gestação e da volta para o Rio de Janeiro, pois minha mãe queria ficar perto da minha vó materna. Mudamos para um quarto da casa da minha vó. Na época meu primo-irmão tinha a mesma idade que eu e também se tornou irmão do meu irmão. Lembro que uma vez minha mãe pegou as roupinhas do bebê, lavou e eu queria passar, mas o meu primo-irmão também queria, dividimos as roupinhas então, não lembro o que aconteceu, mas ele se irritou comigo e me deu uma dentada no braço. Chorei muito! Minha vó brigou feio com ele.
Meu irmão nasceu no dia 05 de Dezembro de 1981, sem dúvida o dia mais feliz da minha vida! Até que descobri que não poderia visitá-lo na maternidade, nossa eu queria bater na recepcionista do hospital, mas por fim não consegui entrar. Perturbei tanto a paciência do meu pai que ele me levou de noite na maternidade, fiquei em pé no ombro do meu pai e pude ver pelo basculante da enfermaria, minha mãe e meu irmãozinho de longe. Repetimos esse ritual os dias que se seguiram até o grande dia da chegada do meu irmão em casa, eu nem acreditava! Fiquei do lado dele o tempo todo! Troquei suas fraudinhas de pano(espetei muito ele com alfinete), dei mamadeira, cuidei dele com muito carinho, não tive ciúmes, a chegada dele iluminou minha vida!
Lembro do primeiro aniversário, do primeiro carnaval, do primeiro dia da escola, da primeira professora, da primeira festa junina, das primeiras palavras, das gracinhas...lembro do dia que minha mãe acordou de noite e ele tinha sumido, acho que tinha mais ou menos um ano e meio, minha mãe o achou tomando banho com a água do vaso sanitário e morrendo de rir...nossa foi engraçado demais. Lembro dele tocando um pianinho de brinquedo que ele arrastava para o meio da sala, ele gostava quando o disco era do Richard Clayderman e Bolero de Ravel, dançávamos muito no meio da sala. Nossa são tantas lembranças boas que poderia ficar dias escrevendo.
Mas o que eu realmente quero é agradecer primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de viver essa experiência com a pessoa maravilhosa e bondosa que é meu irmão. Quero agradecer ao meu irmão por ter sido meu melhor amigo, e um grande companheiro nessa jornada de vida.
Hoje, o que sou devo muito a ele. Com ele aprendi a sorrir mais, aprendi a dividir, aprendi a brincar, aprendi a amar, aprendi a ter fé, aprendi que podemos rir dos momentos difíceis e cantar o hino nacional quando a doença não te deixa dormir, aprendi a brigar para defendê-lo, aprendi a ter cumplicidade, aprendi que vale a pena lutar contra a doença para ter mais vida, aprendi que não importa a sua idade, você pode ser responsável. Aprendi a viver!
Rodrigo, irmão, amigo, companheiro, guerreiro, adorado, e muito amado. Obrigada!
Amo você demais!
Beijos,
Renata Vasconcellos
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