Quando estiver em Paris, lembre-se de mim.
Quando estive em Paris, senti você sem ao menos te conhecer,
Senti seu cheiro,
Seu beijo doce,
Sua pele morena contrastando na minha.
Dizem que o amor não tem morada,
Mas eu descobri que ele mora lá. O amor mora lá.
Quando estiver em Paris, lembre-se de mim,
Que amei acordar com dias cinzentos, como seus olhos devem ficar,
Cinzentos e nublados, de amor e dor.
Quando estiver em Paris, lembre-se de mim,
Que amei a torre na noite fria,
Que me descobri totalmente nua, como no sonho que tive, quando beijei a boca tua.
Quando estiver em Paris, lembre-se de mim,
Que andei pelas ruas, absorvendo cada arquitetura,
Me perdendo em sua cultura, desejando permanecer para sempre na sua luz.
Paris.
Fui absorvida.
Absorva-me como Paris.
Quando estiver em Paris, vagando, andando, estudando, trabalhando, lendo, sorrindo, chorando, amando, desejando, sonhando, lembre-se de mim.
Que amei estar na luz.
Amei o mistério, o espanto, a descoberta, cada canto.
O sorriso da Monalisa,
O olhar de Psiquê e Eros,
Os jardins de Monet,
Victor Hugo,
O relógio refletido no Sena.
Quando estiver em Paris, simplesmente lembre-se de mim,
Pois estarei viva, em tudo o que há ali.
Renata Vasconcellos
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