dezembro 26, 2011

O diário de Bela

Bela acordou com o barulho da chuva batendo nos vidros da sua janela, normalmente fecha as cortinas para abafar um pouco os barulhos da rua, mas ontem era impossível se lembrar de qualquer detalhe ou rotina, teve que fazer um esforço muito grande para lembrar o caminho de volta para casa, na verdade nem sabia onde deveria ir, talvez em algum lugar do mundo onde suas dores sumissem como um passe de mágica.
Nunca sentira dor igual, a dor saia do centro de seu peito e queimava o corpo todo, suas pernas estavam bambas, a carne do seu corpo parecia ter amolecido e nenhum músculo o queria sustentar, sentia cólicas, tonturas, confusão. No momento do choque, nem sabia quem era só existia uma coisa, a dor, que dor.
Sentou na cama ainda confusa, não sabia se o que tinha na memória era sonho ou realidade, era duro demais para ser realidade, mas ela sabia que era preciso levantar, lavar todas as lágrimas que rolaram pelo seu rosto, enfrentar a vida, recomeçar. Mas cadê a força, cadê a coragem? Agora só existe a dor, muita dor. 


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